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  • Foto do escritorPsicóloga Luciana Salvador

As diferenças entre as abordagens psicoterapêuticas




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Em função de alguns pacientes me perguntarem sobre as diferenças entre abordagens terapêuticas, optei por escrever esse post explicando de uma maneira simples alguns conceitos principais de três abordagens psicoterápicas (Psicanálise, Terapia Cognitiva Comportamental e Psicologia Humanista).

A psicoterapia é compreendida como um método de tratamento, uma aplicação da Psicologia para tratamento de questões emocionais. Contudo, por haver desenvolvido ao longo da história diversas teorias, há atualmente distintas escolas teóricas dentro da psicoterapia, que se diferenciam em vários aspectos, entre eles a filosofia de base (a forma como compreende o ser humano), a forma de intervenção com o cliente e o foco que dá durante o tratamento.

Estima-se que existam atualmente mais de 200 linhas terapêuticas com abordagens diferentes e reconhecidas pelo Conselho de Psicologia. Contudo, é importante ressaltar que diversos estudos mostram não haver uma ou mais abordagens que sejam mais efetivas que outras, mas sim que a eficácia da terapia depende de vários outros fatores que não a abordagem terapêutica, como, por exemplo, capacitação do terapeuta, confiança do paciente no terapeuta, dentre outros.

Psicanálise

Pelo fato de Freud (criador da Psicanálise) desenvolver a ideia da psicoterapia – terapia que, através da fala, trata problemas psíquicos - a Psicanálise é considerada a primeira escola de psicoterapia.

A Psicanálise surgiu em 1901 e tem como uma das bases principais a noção do inconsciente, entendendo que questões inconscientes possam influenciar ou gerar sintomas atuais.

O papel do psicanalista é ajudar o paciente a relembrar, recuperar e reintegrar materiais inconscientes de forma que a vida atual seja mais satisfatória. Uma das formas de trabalho é através da associação livre, em que o paciente verbaliza tudo o que pensa sem censuras e o psicanalista interpreta esses conteúdos. No curso de um tratamento psicanalítico intensivo, investiga-se a natureza das relações originárias da infância de cada indivíduo.

Dentro da Psicanálise, existem diversas linhas, como, por exemplo, a psicanálise lacaniana (baseada na teoria de Lacan), a psicanálise Kleiniana (baseada na teoria de Melanie Klein) dentre outras.

Terapia cognitivo comportamental

Já a terapia cognitivo- comportamental diverge da Psicanálise por considerar que o ser humano é um resultado de aprendizagens. Ela surgiu em 1956 criada por Aron Beck. Contudo, considera-se que teve como base a teoria behaviorista de Skinner.

A TCC foca então nos processos cognitivos, nas formas de pensamento, entendendo que os pensamentos distorcidos é que geram os sintomas. Assim, o terapeuta busca auxiliar o cliente a fazer uma avaliação mais objetiva e realista das situações e também um treino de habilidades e de novos comportamentos, com técnicas direcionadas.

Psicologia Humanista

A Psicologia humanista surgiu na década de 50 e foi denominada como terceira força da Psicologia, pois ela fazia uma oposição à Psicanálise e à abordagem comportamental. A Psicologia humanista rejeita a ideia de que todo ser humano tem uma neurose básica e considera que toda pessoa tem capacidade de crescimento e desenvolvimento normais.

O papel do terapeuta então não é direcionar, mas criar um ambiente acolhedor e empático em que o ser humano possa se desenvolver na direção em que ele escolher e para que ele possa ser realmente quem é.

Dentre as abordagens da Psicologia Humanista, estão a Gestalt Terapia (criada por Fritz Perls), a Abordagem Centrada na Pessoa (criada por Carl Rogers), a Análise Transacional (criada por Eric Berne), o Psicodrama (criado por Moreno), dentre outras.

- A Gestalt Terapia

Como uma linha dentro da Psicologia Humanista, a Gestalt Terapia foi criada nos anos 50 e tem uma visão de homem como um ser total (sensações, sentimentos, pensamentos, corpo)

A proposta da GT é que o paciente possa experienciar, vivenciar as coisas, ao invés de ter somente um entendimento racional ou modificar seu comportamento e que, quando há esse experienciar, aí sim o paciente passa a ter um entendimento integral (pensar, sentir e agir). A GT utiliza o método fenomenológico, onde não se busca as causas para um sintoma, mas sim entendê-lo sob vários aspectos. É focada no aqui agora, no que está presente no momento para o cliente. Acredita que a mudança é quando “a pessoa passa a ser o que ela é e não aquilo que ela não é”

Assim a gestalt terapia é aberta, não direcionada, contudo pode utilizar-se de técnicas que favoreçam a vivência do paciente.





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